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Guia K-League 1 2020

Guia K-League 1 2020

Enquanto aguarda pelo regresso dos principais campeonatos europeus (pelo menos os que já confirmaram a retoma), o adepto de futebol, confinado e distante das bancadas, volta atenções para destinos menos convencionais. Durante o período de quarentena, os campeonatos de Bielorrússia e Nicarágua gozaram de um mediatismo sem precedentes. À medida que o plano de retorno à normalidade avança, outras competições entram em atividade. A uma semana do expectável regresso à ação na Bundesliga, já se joga na Coreia do Sul. Ah, também há novidades no norte da Europa, dado que a bola já rola na Betri-deildin, principal escalão das Ilhas Faroé!

O início da edição 38 da K-League 1 2020 estava agendado para o dia 29 de fevereiro de 2020, mas a pandemia COVID-19 obrigou ao adiamento do pontapé de saída. A Coreia do Sul foi uma das nações que melhor soube responder à crise pandémica e, como tal, o Governo daquele país entendeu estarem reunidas as condições para o início da temporada futebolística com as devidas restrições, entre as quais a necessidade de jogar à porta fechada ou a utilização de máscaras por parte de todos os elementos (equipa técnica e atletas) no banco de suplentes.

O início de prova tardio implicou uma alteração na própria estrutura da competição, encurtada de 38 para 27 jornadas. Ao invés das 33 jornadas na fase regular mais cinco destinadas a “play-off”/”play-out”, em 2020, a fase regular vai ter 22 rondas e as fases de “play-off”/”play-out” vão continuar a englobar cinco desafios. Esta mudança remete-nos para uma abordagem relativa ao modelo competitivo da K-League 1: uma vez concluída a fase regular que é composta por 12 equipas, as seis melhores disputam o “play-off” de apuramento de campeão, enquanto as seis últimas jogam entre si para definir quem desce e quem se mantém entre a elite coreana. Os dois primeiros colocados do “play-off” apuram-se para a Liga dos Campeões da Ásia. Já o último classificado do “play-out” desce diretamente para a K-League 2, ao passo que o penúltimo tem a possibilidade de disputar uma eliminatória ante um emblema do segundo escalão.

Ulsan Hyundai, Suwon Bluewings, FC Seoul, Seongnam, Sangju Sangmu, Pohang Steelers, Jeonbuk Hyundai Motors, Incheon United, Gwangju FC, Gwangwon FC, Daegu FC e Busan IPark são os 12 emblemas a concurso na K-League 1 2020.

Histórico de vencedores

Disputada desde 1983, a principal divisão do futebol sul-coreano já foi conquistada por nove emblemas diferentes. O Jeonbuk Motors (atual tricampeão) e o Seongnam são os emblemas que mais vezes conquistaram a prova, cada um com sete títulos somados. O FC Seoul vem logo a seguir com seis, seguido de perto pelo Pohang Steelers, com cinco edições da K-League 1 no respetivo palmarés. Suwon Bluewings e Busan IPark contam com quatro títulos cada e o Ulsan Hyundai já venceu a prova por duas vezes, ao passo que o Jeju United e o Hallelujah FC (entretanto extinto) venceram uma edição cada.

Em solo coreano, a hegemonia está atualmente na posse do Jeonbuk Hyundai Motors, vencedor das últimas três edições da competição e de cinco das últimas seis. A conquista de 2019 contou com contributo português: José Morais, treinador português, guiou a equipa ao título numa disputa que durou até ao último dia de competição, marcado pela igualdade pontual entre Jeonbuk Motors e Ulsan Hyundai (79 pontos cada).

De entre as 12 equipas envolvidas na disputa da K-League 1 2020, Pohang Steelers (38), GC Seoul (37) e Busan IPark (34) são os três emblemas com maior número de presenças na principal divisão coreano – alguns destes emblemas alteraram o respetivo nome desde a sua fundação. Sete das equipas em provas já venceram a competição pelo menos uma vez e não há estreantes em prova.

Jeonbuk quer manter hegemonia

A K-League 1 2019 teve um final com contornos absolutamente dramáticos, uma vez que os dois primeiros colocados terminaram empatados com 79 pontos. Na derradeira jornada do “play-off” de apuramento de campeão, o Ulsan Hyundai perdeu em casa com o Pohang Steelers por quatro bolas a uma e viu o Jeonbuk Motors do português José Morais receber e vencer o Gangwon por uma bola a zero, conjugação de resultados que permitiu à equipa da cidade de Jeonju celebrar o seu terceiro campeonato de modo consecutivo, o quarto nos últimos cinco anos, igualando o Seongnam como vencedor máximo da competição com sete títulos no palmarés.

À entrada para a nova época, o favoritismo está naturalmente do Jeonbuk Motors, emblema que venceu quatro das últimas cinco edições do campeonato. A direção do clube quer somar o quarto título consecutivo, mas ambiciona simultaneamente que a equipa dê bom sinal de si na Liga dos Campeões asiática. José Gomes viu partir Moon Seon-min para Sangju Sangmu para cumprir serviço militar (confuso? Já lá vamos!) e o brasileiro Ricardo Lopes rumou ao Shanghai SIPG, mas teve “carta branca” da direção para colmatar as duas vagas e o Jeonbuk aparenta estar preparado para mais uma época sob a liderança de Lee Dong-gook, líder da equipa dentro de campo que, aos 41 anos, continua a jogar e a fazer golos e até apontou o primeiro tento nesta K-League 1.

Há 15 anos que o Ulsan Hyundai não sabe o que é vencer a K-League, prova que conquistou por duas vezes na sua história. No último ano, a conquista da terceira edição da prova esteve muito perto de ser consumada, mas o Ulsan viu essa possibilidade fugir-lhe por entre os dedos das mãos, quando tudo se conjugava para o regresso aos títulos. Com mais tempo do que era suposto (devido à Pandemia) para “chorar sobre o leite derramado” mas ciente de que isso nenhum proveito lhe traria, o Ulsan trabalhou no sentido de manter o nível da época passada para poder voltar a assumir uma candidatura ao título. A direção dos “Horangi” manteve a confiança no treinador Kim-Do-hoon e as saídas de jogadores como Bo-kyung ou Dyskerud foram devidamente colmatadas com adições experientes como as de Bit-garam ou Myong-jin, sem esquecer a chegada de Bjorn Johnsen, avançado norueguês com passagem pelo futebol português que fez furor ao serviço do Atlético Clube Portugal, no segundo escalão – Willyan (passagens por Beira-Mar, Nacional e Setúbal) e Jason Davidson (passagens por Paços e Covilhã) são outros dois jogadores em prova que já passaram por solo “luso”. Em suma, o Ulsan parece manter a solidez dos argumentos que apresentou na época transata, restando saber se é desta que consegue contrariar o favoritismo do Jeonbuk em definitivo.

O favoritismo está aparentemente bipolarizado no eixo Jeonju-Ulsan, enquanto a terceira principal força reside na capital. O FC Seoul, terceiro classificado da última temporada, regressou à Liga dos Campeões asiática e não esteve com “meias medidas” na hora de atacar o mercado, reforçando sobretudo o meio-campo e o ataque, com destaque para a chegada de Adriano (ex-Jeonbuk), brasileiro que engrossa a lista de opções para montar o ataque.

Busan IPark e Gwangju de volta à elite

Anterior Daewoo Royals (nome de fundação), o Busan IPark foi um dos emblemas que participou na edição inaugural da K-League 1, em 1983. Com um total de 34 temporadas entre a elite, o Busan regressou este ano ao escalão máximo ao terminar na segunda posição da K-League 2. Histórico do futebol coreano, o Busan tem um estatuto a defender e preparou-se convenientemente para este regresso, apostando na experiência, à semelhança do que aconteceu na época passada, marcada pela subida de divisão. O Busan é candidato a rubricar uma campanha tranquila e ascendeu com a companhia de um fenómeno mais recente em contexto sul-coreano, nomeadamente o Gwangju, fundado e 2011 e com seis temporadas entre a elite. A formação que venceu a K-League 2 em 2019 também aparenta ter condições para prolongar a estadia entre os melhores emblemas do futebol coreano. Curiosamente, nenhuma das duas equipas entrou a vencer na competição.

Sangju Sangmu, um caso peculiar

O serviço militar é obrigatório na Coreia do Sul, facto que ganhou destaque graças à situação de Son Heung-min, o futebolista sul-coreano mais mediático da atualidade. Ao ajudar a sua seleção a vencer a medalha de ouro nos Jogos Asiáticos de 2018, Son viu a sua experiência militar (habitualmente de 21 meses) encurtada para três semanas, entretanto cumpridas no período de confinamento.

Mas afinal, o que acontece aos futebolistas sul-coreanos tendo em conta que, até aos 28 anos, são obrigados a cumprir o serviço militar? O Sangju Sangmu é a resposta, clube que recebe jogadores emprestados pelos demais clubes da K-League 1 que nesse período estejam obrigados a cumprir o serviço militar. Durante duas épocas, o Sangju Sangmu é a sua casa, regressando posteriormente aos clubes que possuem os seus passes. Atendendo à quantidade de novidades e alterações de época para época, a prestação do Sangju Sangmu é sempre uma incógnita e esta época não foge à regra. 15 “caras novas” estão já ao serviço do clube que já sabe que na próxima temporada abandonará a cidade de Sangju e passará a disputar a K-League 2 após acordo estabelecido entre a Liga e as Forças Armadas.

Extra-comunitários na K-League 1

Obedecendo às regras anteriormente mencionadas, estes são os jogadores extra-comunitários que constam nos plantéis da K-League 1. O Sangju Sangmu, impedido de recrutar jogadores estrangeiros, não consta nesta lista.

Busan: Gustavo Vintecinco (Brasil), Rômulo (Brasil), Jonatan Reis (Brasil), Ttursunov (Uzbequistão)

  • Daegu: Césinha (Brasil), Edgar (Brasil), Damjanovic (Montenegro), Tsubasa Nishi (Japão)
  • Gangwon: Nakazato (Japão)
  • Gwangju: Felipe (Brasil), Willyan (Brasil), Ureña (Costa Rica), Ashurmatov (Uzbequistão)
  • Incheon: Bunoza (Bósnia), Mugosa (Montenegro), Kehinde (Nigéria), Mahazi (Austrália)
  • Jeonbuk: Murilo Henrique (Brasil), Veldwijk (África do Sul/Países Baixos), Junimoto (Japão)
  • Pohang Steelers: Manuel Palacios (Colômbia), Iljutcenko (Rússia), Palocevic (Sérvia), O’Neill (Austrália)
  • Seongnam: Jovanovic (Croácia), Kis (Croácia), Iskanderov (Uzbequistão)
  • Seoul: Adriano (Brasil), Osmar (Espanha), Pesic (Espanha), Alibaev (Uzbequistão)
  • Suwon: Terry Antonis (Austrália), Krpic (Bónis), Henry (Canadá), Taggart (Austrália)
  • Ulsan: Júnior Negrão (Brasil), Bulthuis (Países Baixos), Bjorn Johsen (Noruega), Jason Davidson (Austrália)

Adam Taggart foi o melhor marcador da K League 1 em 2019 com 21 golos marcados e mantém-se ao serviço do Suwon Bluewings, atual detentor da taça doméstica. Moon Seon-Min, maior assistente na última edição da prova (10) terá que cumprir serviço militar e, como tal, está ao serviço do Sangju Sangmu por empréstimo do campeão Jeonbuk Motors. Já Kim Gun-Hee dá-nos o exemplo contrário: o jogador com melhor média de golos por jogo em 2019 (0.80/jogo) já deixou o Sangju Sangmu para regressar ao Suwon Bluewings, clube que detém o seu passe e ao serviço do qual já atuou na primeira jornada desta K-League 2020. O brasileiro Cesinha cumpre a quinta época ao serviço do Daegu e, aos 30 anos, foi o jogador com maior participação em golos considerando o número de golos marcados e assistências, 35 ao todo.

 

Alterações para 2020

Por último mas não menos importante, eis algumas alterações para esta K-League 1 2020, para além da redução do número de jornadas. Vejamos:

  • Até 2019, os emblemas coreanos podiam ter três jogadores estrangeiros (qualquer parte do mundo) mais um pertencente a um país filiado à AFC (Confederação asiática). Atualmente, os clubes podem ter até cinco “estrangeiros”, mas o quinto tem que ser oriundo de uma das nações do sudeste asiático (Brunei, Cambodja, Indonésia, Laos, Malásia, Myanmar, Filipnas, Singapura, Tailândia ou Vietnam).
  • Os critérios para efeitos de suspensão também foram alterados. A partir de 2020, ao invés de três, regra que vigorava, o atleta cumpre um jogo de suspensão após ver cinco cartões amarelos.  Após os cinco, a sanção volta a aplicar-se aos oito, posteriormente aos dez e, a partir dos dez, a administração da prova tem liberdade para definir uma sanção adicional se assim entender.
  • O Sangju Sangmu (equipa peculiar da qual falaremos mais à frente) estava isenta da regra relacionada com os sub-22 que estipula que exista um jogador de 22 anos no banco e outro no banco de suplentes. A partir de agora, o Sangju também está obrigado a cumprir essa regra.
  • Os treinadores suspensos (no decorrer do jogo ou anteriormente) não podem ter contacto com o banco de suplentes durante o jogo
  • Estas são as principais mudanças intimamente relacionados com o jogo, embora existam outras ou respeitantes ao valor mínimo a pagar aos jogadores, à lotação cedida a adpetos visitantes.

Os dados estão lançados. Junte-se ao ProTipster e siga as emoções do futebol sul-coreano!

Foto: K-League

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